Há 100 anos era noticiada a primeira vítima de crime passional em Patos de Minas.
Fonte: André Côrrea/ Efecade Patos de Minas
O amor devastador e sem limites, o ciúme incontrolado e a vontade de lavar a honra com sangue sempre foram motivação para homicídios. A história da humanidade é marcada por esses fatos e o crime passional sempre serviu de fonte de inspiração para literatura e cinema. Quem não se lembra do caso Eloá, Daniella Perez, do Mizael Bispo e da advogada Mércia? A ficção também sempre se serviu dessa fonte para criar seus enredos.
Mas você já se perguntou qual foi a primeira vez em que um crime de honra foi noticiado em Patos de Minas? No dia 26 de setembro de 1915, no jornal Cidade de Patos, saiu um artigo com o seguinte título: “Pela primeira vez a imprensa de Patos, registra um crime passional”. O artigo escrito pela redação do Dr. Marcolino de Barros (responsável pelo jornal), além de noticiar o fato, nos mostra um pouco de como era a sociedade na época e traz alguns fatos curiosos.
O primeiro homem que virou notícia de jornal em Patos por ser morto pela sede de vingança de um marido enciumado foi José Domingos de Freitas, também conhecido como Nenen Pedreiro. Rapaz bom, honesto e trabalhador, como os redatores da época assim o eternizaram. Era domingo à noite e Nenen Pedreiro acabara de sair do Cine Magalhães, no prédio onde hoje funciona a Rádio Clube. Ele foi assassinado em praça pública, onde circulavam cerca de 200 pessoas. Segundo o jornal noticiou na época, o crime foi motivado por ciúmes que o assassino sentia de todos aqueles que foram namorados de sua esposa antes do casamento.
Em um trecho do artigo, o autor vê no cinema e no teatro uma influência para tais atos. - “Hoje a freqüência dos teatros e cinemas para isso muito concorre. O que é que se mostra ao povo nas fitas de cinema? O que é que ensina este passatempo que achamos tão agradável?”- Imagina o que ele diria se assistisse a uma novela da Rede Globo, ou um episódio de “Big Brother”? Ao responder o que mostram ao povo o cinema, ele diz: - “Ensina-se o aniquilamento da família, mostra-se ao povo unicamente cenas de adultério, como se na sociedade não existissem esposas honestas.” O cinema evoluiu, antes era mudo, agora é 3D, mas as questões continuam as mesmas 100 anos depois.
O artigo da redação do Dr. Marcolino também nos mostra que cada época tem o funk que merece. Se hoje as letras de música influenciam na sexualidade das pessoas eu não sei, mas há cem anos essa questão já era levantada, com o teatro. - “Nos teatros, já disse alguém, as palavras apaixonadas, aumentam as paixões dos expectadores, são somente sentimentos de cólera, do ódio, de ciúmes, contra seus rivais, que tem como idéia fixa”-. Se palavras apaixonadas aumenta a “paixão” dos espectadores imagina o que faria um quadradinho de oito em plena Av. Municipal (Av. Getúlio Vargas) no início do século passado.
O que você achou desse fato histórico que provavelmente chocou a sociedade na época? Passados 100 anos desse fato você acha que a sociedade mudou tanto assim? Se você gostou desse artigo e quer ver mais curiosidades de Patos de Minas deixe um comentário.
Texto baseado em pesquisa no Portal EFECADEPATOS publicado na página http://www.efecadepatos.com.br/?p=2778
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