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ALMG debate Urticária Crônica; Deputada Lud Falcão cobra protocolo estadual e se emociona com relatos de pacientes

Quarta 26/11/2025 - André Amâncio
ALMG debate Urticária Crônica; Deputada Lud Falcão cobra protocolo estadual e se emociona com relatos de pacientes
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A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) debateu nesta terça-feira (25/11) a situação dos pacientes com Urticária Crônica Espontânea (UCE), durante audiência pública solicitada e conduzida pela deputada Lud Falcão (Podemos). O encontro expôs o sofrimento diário de quem convive com a doença, a falta de diagnóstico adequado e a ausência de um fluxo clínico no SUS — um cenário que emocionou a parlamentar ao ouvir relatos de pessoas que lutam há anos para ter acesso a um tratamento eficaz.

Lud Falcão, que tem atuado na defesa das pautas de saúde com foco na dignidade dos pacientes, afirmou que Minas Gerais precisa assumir a responsabilidade de garantir atendimento adequado à população que convive com a UCE. Fortemente sensibilizada pelo depoimento da jovem dentista Ana Caroline Ferreira e outros pacientes, a deputada destacou que o Estado não pode continuar ignorando uma doença incapacitante que afeta a vida social, profissional e emocional de milhares de mineiros.

“É impossível ouvir esses relatos e continuar inerte. Estamos falando de pessoas que passam meses sem dormir, sem trabalhar e sem viver plenamente porque não têm acesso ao tratamento que já existe e funciona. Essa realidade precisa mudar”, afirmou a deputada, emocionada durante a reunião.

A audiência reuniu médicos, especialistas, pacientes, representantes da Defensoria Pública e da Secretaria de Estado de Saúde. Entre eles, ganhou destaque a participação da médica alergista Elisângela Aparecida Galdino Menezes, que é de Patos de Minas e se tornou uma referência no diagnóstico e tratamento da UCE em Minas Gerais. Em sua apresentação, Elisângela reforçou que a falta de um protocolo clínico estadual leva à judicialização em massa, à descontinuidade da terapia e ao desperdício de recursos públicos.

Atualmente, 602 pacientes recebem o medicamento omalizumabe por decisão judicial no estado. Segundo a alergista, essa dinâmica fragmentada eleva drasticamente os custos da Secretaria de Estado de Saúde. Enquanto cada paciente custa hoje mais de R$ 53 mil por ano ao SUS mineiro, a criação de um protocolo estadual reduziria esse valor para cerca de R$ 14 mil, além de ampliar o acesso e trazer segurança aos pacientes.

“Elaborar um fluxo assistencial claro, capacitar profissionais e negociar preços são medidas urgentes. Sem isso, seguimos tratando a UCE com remédios ultrapassados, que não resolvem e ainda fazem mal”, afirmou Elisângela, que alertou ainda para o impacto social da doença e sua gravidade. “Pessoas deixam de trabalhar e de estudar porque não recebem a terapia adequada.”

A deputada Lud Falcão ressaltou que os dados apresentados pela médica reforçam a necessidade de uma política pública responsável e eficiente. Ao final da reunião, a parlamentar apresentou uma nota técnica que será encaminhada à Secretaria de Estado de Saúde para subsidiar a criação de um protocolo clínico estadual. Ela também anunciou que irá protocolar um projeto de lei para instituir oficialmente o fluxo de diagnóstico e tratamento da UCE no SUS mineiro.
“Não é apenas uma pauta de saúde, é uma pauta de humanidade. Vamos lutar até que o Estado reconheça esses pacientes e ofereça o que eles têm direito: qualidade de vida”, afirmou Lud.

A audiência marcou um passo importante no debate sobre o tema em Minas Gerais e consolidou o protagonismo da deputada na defesa de políticas públicas voltadas para doenças raras e negligenciadas.


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