Donos de oficinas, borracharias e população reclamam do acúmulo de pneus velhos em Patos de Minas

As últimas semanas tem sido de muita apreensão e tensão para muitos moradores de Patos de Minas. Principalmente, para empresários, proprietários e funcionários de auto centers, borracharias, oficinas mecânicas e distritribuidoras de revenda e troca de pneumáticos.

O problema em questão é o acúmulo do grande número de pneus inservíveis estocados em áreas de serviço de oficinas e borracharias, sem ter um local apropriado e licenciado para o descarte desse tipo de material. Uma empresária com oficina no bairro do Rosário desabafa com grande revolta dizendo: "A situação para nós ficou tão crítica e insuportável que estamos de mãos atadas, sem local para descartar os pneus velhos e sem espaço para trabalhar. Nem o escritório da empresa escapou do acúmulo de pneus. E o município não faz nada para resolver o problema". 

Não bastasse todo esse dilema, a população patense em geral, vive apreensiva e aflita com as verdadeiras "pilhas" de pneus velhos amontoados que são jogados de forma irregular em lotes, terrenos baldios e no meio do mato, tornando-se focos para a disseminação do mosquito transmissor da dengue. Segundo informações, vários moradores próximos ao antigo ecoponto de pneus inservíveis no setor industrial II, estão acometidos com dengue e outras endemias.

O município de Patos de Minas contava há pouco tempo com o Ecoponto em área pública no bairro Planalto para o descarte de pneus inservíveis. Depois a administração e gestão da coleta e manejo de pneus velhos foram repassadas à iniciativa privada, para a empresa Lauret Pneus na avenida Rodrigo Castilho de Avelar, 965, no Distrito Industrial II. Há meses a empresa encerrou suas atividades e, no momento, não existe nenhum local adequado ambientalmente para o descarte de pneus inservíveis em Patos de Minas.

A norma da logística reversa pressupõe que a responsabilidade da destinação correta e descarte de resíduos sólidos como embalagens, lâmpadas, pilhas, baterias e pneus inservíveis, são dos geradores, fabricantes, importadores e revendedores dessas classes de materiais. Porém, com as regras do processo de logística com responsabilidade compartilhada, regulação e instituição de convênios e parcerias, devem ser estabelecidas entre empreendedores, estados e municípios. Assim, a logística reversa é uma responsabilidade compartilhada entre o setor público, privado e sociedade civil.

Por Civuca Costa