Campanha Novembro Roxo lembra importância da sensibilização sobre prematuridade de bebês
Fhemig conta com quatro maternidades, localizadas na capital e no interior do estado, que são referências em gestação de alto risco
Fonte: Agência Minas
Todo bebê que nasce com menos de 37 semanas de gestação é considerado prematuro. Segundo o Ministério da Saúde, a condição atinge cerca de 340 mil nascimentos por ano no Brasil, o equivalente a seis casos a cada dez minutos. O acompanhamento por meio de exames de pré-natal é a principal forma de prevenir que isso aconteça, pois possibilita a identificação de fatores de risco e, quando possível, dar início a algum tratamento específico.
De acordo com a pediatra neonatologista da maternidade do Hospital Júlia Kubitschek (HJK), Letícia Coelho e Souza, manter hábitos que não sejam saudáveis durante a gravidez pode contribuir para o aumento das chances de prematuridade. “O consumo de bebidas alcoólicas e cigarros é um grande causador de partos prematuros. Além disso, fatores genéticos e mães que já passaram pela experiência em outras gestações têm um risco aumentado de ter o bebê antes do tempo”.
No entanto, a médica explica que, com o acompanhamento correto, é possível identificar alguns alertas. “Quando o pré-natal é realizado de maneira adequada, podemos detectar alguns sinais e sintomas, como aumento de pressão, diabetes gestacional, infecções maternas, além de perda de líquido amniótico, que podem indicar um início de trabalho de parto”.
Complicações
Quanto menor a idade gestacional e o peso ao nascer, maior o risco de complicações e mortalidade. “Hoje em dia, está estabelecido que bebês acima da idade gestacional de 25 semanas têm uma chance satisfatória de sobreviver, enquanto aqueles que nascem antes de 22 semanas são considerados muito imaturos, mesmo com os avanços da medicina. Já os bebês com 23 e 24 semanas entram no grupo de alto risco, sendo levado em consideração um conjunto de fatores para a definição de condutas clínicas”, explica a neonatologista do HJK.
As complicações em decorrência do nascimento precoce vão depender do organismo de cada bebê, sendo difícil prever a evolução a curto e longo prazo. “Bebês prematuros têm risco aumentado de infecções, sangramentos intracranianos e, muitas vezes, precisam de suporte, pois não conseguem respirar sozinhos. A equipe do CTI Neonatal está preparada para ajudar os prematuros e suas famílias neste início de vida, dando todo o suporte que eles precisam”, afirma Letícia.
Superação
Samuel Jhon nasceu com apenas 26 semanas, na Maternidade Odete Valadares (MOV), e passou por várias complicações ao longo da sua internação. Hoje, com três meses de vida, a mãe, Mayra Gabriela Gonçalves de Oliveira, se mostra confiante na recuperação do filho. “Foi minha segunda gestação com parto prematuro, devido a uma questão relacionada ao meu útero. Infelizmente, minha primeira filha não resistiu, pois nasceu com apenas 23 semanas. Mas o Samuelzinho vem tendo um desenvolvimento excelente e sendo muito bem cuidado. O hospital e os profissionais daqui são realmente muito bons e dedicam muito carinho aos nossos filhos. Sou muito grata a todos”, relata.
Aline Souza de Oliveira também vem passando pela difícil experiência de ter um filho prematuro internado. Mãe do Joaquim, nascido com 31 semanas e um dia e apenas 1 quilo e duzentos gramas, ela visita o filho todos os dias no Hospital Júlia Kubitschek. “Como tenho outra filha, venho sempre no período da tarde para fazer o canguru (posição em que o bebê é colocado em contato direto com o corpo da mãe) e tirar o leite para ele”.
Ela conta que a gestação correu bem até a 28ª semana, quando foi diagnosticada com pré-eclâmpsia. “Fiquei alguns dias internada recebendo a dosagem máxima de medicação, mas não adiantou e foi necessário induzir o parto”, lembra.
Hoje, com Joaquim pesando quase 3 quilos, Aline respira mais aliviada e sonha com o dia de levar seu bebê para casa. “No início foi tudo muito difícil, mas agora, graças a Deus, ele está bem e sei que está em boas mãos”, afirma ela, que só tem elogios à maternidade. “Fico admirada de ver como os bebês são bem cuidados. É o que me conforta na hora que preciso voltar para casa. A obstetra que cuidou de mim e as demais profissionais da UTI Neonatal, incluindo as responsáveis pela limpeza, estão sempre muito dispostas a nos ajudar de todas as formas. Sou grata a todas que daquela porta para dentro tornam a vida de uma mãe cheia de esperança”, afirma Aline.
Maternidades da Fhemig
As quatro maternidades da Rede Fhemig (Fundação Hospitalar de Minas Gerais) são referências no atendimento à gestação de alto risco. As UTIs Neonatais contam com infraestrutura completa e equipes multidisciplinares especializadas, formadas por profissionais como médicos de diversas especialidades, enfermeiros, psicólogos, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, assistentes sociais e fonoaudiólogos.
As unidades dispõem, ainda, de protocolos clínicos para as principais patologias presentes na prematuridade, como retinopatia, displasia broncopulmonar, icterícia neonatal, distúrbios glicêmicos e metabólicos, persistência de canal arterial, hemorragias periventriculares, administração de surfactante, reanimação neonatal para prematuros e recém-nascidos a termo, sepse neonatal precoce e tardia, infecções congênitas, nutrição enteral e parenteral, entre outros.
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